Quinta-feira, feriado de Corpus Christi. Pensei comigo mesmo vou caminhar num local tranquilo, sem aglomeração. E me mandei para a avenida Bernardo Monteiro. Mas não gostei do que vi. Sabe aquela agitação das manhãs de sábado? Era tal e qual.

Meio perdido, sem entender o porquê daquele inusitado movimento em pleno feriado, fiquei zanzando por lá, cogitando. Acabei caindo de paraquedas, Deus sabe como, na esquina de Ceará com Gonçalves Dias.

Eu havia encontrado o meu lugar. Sem pressa, curtindo o friozinho de junho sob o sol da manhã, me deixei levar Ceará abaixo.

Em frente ao 1323, a primeira parada. Casa antiga. Três janelas em arco e alpendre lateral. Merece um trato.

Ao lado, no 1305, um digno representante da arquitetura modernista. Pano da fachada principal em azulejos artísticos e cores vivas nas demais fachadas: Edifício Le Corbusier.

No quarteirão abaixo, a bela casa onde Ronaldo Fraga instalou o seu Grande Hotel é atração à parte. Lembrei-me do fim de tarde em que lá estivemos eu e Lude, cerca de dois anos atrás. Café num dos ambientes internos. Memorável.

Grande Hotel Ronaldo Fraga à rua Ceará 1205

Só depois da sessão de fotos é que percebi, na calçada, uma árvore diferente, estilizada. Em aço. Ao lado, a informação “releitura da intervenção urbana do artista americano Robert Irwin”.  

Pesquisei na web. Robert Irwin “explora a relação da percepção na arte por meio de ambientes imersivos em instalações que alteram a experiência física, sensorial e temporal”. Complicado, né? Mas tem jeito de decifrar. É só dar um pulo no Inhotim, onde o artista expõe um de seus trabalhos. 

Mas retomemos a nossa caminhada.

Nas ruas Piauí e Maranhão, dois bons exemplos de preservação do patrimônio histórico ao jeitinho brasileiro: permite-se a construção de novas edificações em terrenos onde existam imóveis de valor histórico, desde que os mesmos sejam preservados. Menos mal.

Na rua Piauí, foi o caso de uma sequência de casas antigas. Quatro de uma só vez. Devidamente restauradas durante a construção dos edifícios Vintage Design Residence e Retrô Design Residence. Gostei mais da que leva o número 1052.

Entrada do Edifício Vintage Design Residence à rua Piauí 1052

Já na rua Maranhão, a moeda de troca foi uma belíssima casa dos primórdios da capital (foto de abertura). Preciosidade. Imagino que tenha sido construída por volta de 1910. Ponto para os construtores do Edifício Karina Barakat, que capricharam na restauração.

Mas o tempo urgia. Eu havia percorrido apenas parte do trajeto planejado. Ainda faltavam as ruas Timbiras, Aimorés e Bernardo Guimarães. Foi aí que me lembrei de comentário do amigo Carlos Perktold sobre casa antiga na rua Aimorés. Fui lá pra conferir.

A casa leva o número 500 e está situada ao lado de um posto de combustíveis. Segundo Perktold – o comentário é de setembro de 2019 – “o imóvel está abandonado pelo dono, provavelmente porque foi tombado e se for restaurado vai surpreender a todos, tamanha é sua beleza”.  

De fato, a casa é uma beleza. A boa notícia é que foi restaurada e está novinha em folha.

Casa antiga à rua Aimorés 500

Gostei da experiência. Não fosse a agitação da avenida Bernardo Monteiro, eu não teria feito uma caminhada tão interessante. Pena que Timbiras e Bernardo Guimarães tenham ficado para outra ocasião.

Paciência, nem tudo é perfeito.

142 respostas

  1. A comunidade que não preserva o seu passado perde as suas origens. É bom saber que em BH existe está preocupação em manter a sua história. Obrigado por mostrar estas maravilhas. Um grande abraço

    1. Obrigado Adalton.
      É isso aí. Apesar de relativamente nova (125 anos), BH tem muita história para contar. E a melhor forma de fazê-lo é preservando o seu patrimônio.
      Um grande abraço!

  2. José Walker, é muito bom ver Belo Horizonte por seus olhos; a gente vai direto ao ponto e fica maravilhada com tanta coisa bonita que muitas vezes não prestamos atenção. Obrigada pelas maravilhas.

    1. Maravilha Vera.
      Que bom que através dos meus olhos você enxerga as coisas bonitas de Belo Horizonte. Sinto-me gratificado.
      Um forte abraço!

  3. Excelente texto José Walker, vc nos dá a oportunidade de reavivar a memória ou conhecer tantas coisas belas de nossa querida BH! Obrigado pelo belo trabalho.

    1. Valeu Antônio Magno.
      Muito bom te ver por aqui. É sempre um prazer compartilhar com os amigos as minhas andanças pelas ruas de Belo Horizonte.
      Um forte abraço.

  4. Gostei, José Walker, é um texto leve e envolvente que nos faz também tornarmo-nos caminhante, como e com o autor…
    Parabéns. Abraços.

    1. Muito obrigado Eduardo.
      Bom saber que você me acompanhou nessa caminhada e, como eu, desfrutou bons momentos.
      Forte abraço!

  5. Olá meu caro amigo.
    Só hoje tive um tempo pra respostar meu comentário e te peço desculpas pelo ocorrido na primeira tentativa, não sei o que houve de meu comentário não ter sido publicado.
    É sempre muito bom fazer essa viagem pela nossa querida Belo Horizonte.
    Desta vez me imaginei estar com você nesse passeio incrível. Fui lá nos anos 80 quando podíamos comer uma das melhores pizzas da cidade no restaurante Topless, casa de massas e vinhos maravilhosa. Dali também nas tardes de sábado dava pra frequentar a feira de flores e tomar umas e outras de leve.
    Pena você não ter se deparado com nada da agitação que a avenida Bernardo Monteiro em pleno feriado. Curti muito o restante de sua viagem nas outras ruas vizinhas a Bernardo Monteiro. Obrigado pela bela matéria e já estou esperando sua próxima viagem. Abraços

    1. Quantas lembranças, hein Mário? Você diz que esteve comigo “neste passeio incrivel”, mas eu também viajei no tempo através de suas referências ao passado.
      Valeu!

  6. Como sugere a letra e música de “Manoel audaz” – ‘e no ar livre, corpo livre, aprender ou mais tentar”… Viajar pelas ruas e lugares de BH com esse espírito solto, livre, com certeza revela surpresas inusitadas e nos mostra toda a força e as armadilhas do destino. O Jeep do Toninho Horta (Manuel Audaz) sem freio, também tinha dificuldade de se manter parado, estacionado! Andar é preciso….. Abração
    Afrânio

    1. Acertou em cheio Afrânio. Adoro esta música. Foi uma das que mais marcou a minha pós-adolescência. Tem uma foto antológica do Toninho Horta dirigindo o jipe e metade do Clube da Esquina na boleia. Valeu demais!!!

  7. Amigo, as coisas não acontecem por acaso, talvez Deus te livrou de alguma coisa que não seria boa na caminhada que queria fazer, e como os propósitos dele são melhores que o nosso, fez com que você fizesse outro itinerário para apreciar o que mais belo Ele tinha naquele dia para seus olhos e para que você nos pudesse mostrar através do seu talento estas maravilhas. Faça mais caminhada, pois BH tem muita coisa para ser mostrada e apreciada .
    Belo trabalho.

    1. Obrigado Minias.
      Você tem razão. BH é surpreendente. É só sair caminhando pelas ruas da cidade e apreciar.
      Abs.

    2. José Walker, meu nobre vizinho, lendo o seu texto, pude sentir o quanto a nossa vida é um suspiro. Fiquei imaginando as pessoas que moravam nessas casas, os seus sonhos, a elaboração dos projetos arquitetônicos, os costumes da época. Com isso, puder perceber que cada dia tem o seu encanto e é único. Obrigado José.

      1. Eu é que agradeço Paulo.
        Que bom que o texto suscitou em você sentimentos tão nobres. Sinto-me realizado.
        Um forte abraço!

  8. Magnífico texto, eu desconhecia este seu lado literário. Me fez lembrar a BH da minha infância e juventude onde estas construções eram o comum e não a exceção!
    Parabéns pela elegância do texto!

    1. Obrigado Tales.
      Bom te ver por aqui. Melhor ainda saber que através do texto você se lembrou dos bons tempos da infância.
      Grande abraço!

  9. Belo passeio José Walker! Você como sempre encontrando um cantinho mágico e nostálgico de BH.
    Essas casas preservadas, nos fazem imaginar como Belo horizonte devia ser mais bonita ainda nos anos 30, 40, 50, 60.Pena que pouquíssimas foram preservadas.
    Enquanto em outros países, a municipalidade incentiva a preservação e a reconstrução dessas casas, aqui ficamos no esquecimento.
    Preservar é manter a história. Podemos imaginar, que cada casa deve ter uma linda história, desde a fase da sua construção, passando pela fase de habitação, por uma ou mais famílias, cada uma com uma história para contar!
    Essa da rua Aimóres, estava totalmente abandonada e ficou maravilhosa.Tem uma outra casa, na mesma rua, mas no quarteirão anterior, que também se encontra em um péssimo estado de conservação.
    Grande abraço!

    1. Caro Luiz Henrique, obrigado pelas palavras lisonjeiras.
      Foi, de fato, um belo passeio por aquele “cantinho mágico e nostálgico de BH “, onde pretendo voltar, oxalá trazendo novidades.
      Forte abraço!

  10. Caro José Walker,
    Este passeio foi realmente uma aula sobre as casas antigas das ruas Ceará, Gonçalves Dias, Timbiras……e é como você bem disse, se não fosse a Bernardo Monteiro você não teria se desviado para as outras ruas….
    Gostei de conhecer os detalhes que voce registrou…..a vida é assim, uma coisa leva à outra….
    Boas caminhadas para você meu querido amigo.

    1. Muito obrigado Edson.
      Que bom que você gostou do texto.
      As casas antigas da região são preciosidades que merecem ser divulgadas, não é mesmo? É o que procuro fazer e o faço com muita satisfação.

  11. Parabéns Zé Walker, você faz a gente caminhar junto, e desta vez nos mostrou com os olhos clínicos os detalhes dos velhos casarões. Abraços

  12. É impressionante como podemos ver as belezas de nossa Belo Horizonte através da câmera do José Walker com suas considerações.
    Nos faz lembrar, cada vez mais, de nossos “velhos” tempos que não voltam mais, ou quer dizer…., que voltam através das belas narrativas.
    Obrigado e até a próxima.
    Grande Abraço.

    1. Obrigado Alberto.
      Bom saber que através das minhas narrativas estou conseguindo mostrar as belezas da nossa cidade e relembrar os velhos tempos. É muito gratificante.
      Um grande abraço.

  13. Zé, adorei seu artigo, este seu olhar minucioso faz toda a diferença para nós que viajamos com vc em suas caminhadas. Texto muito rico em detalhes e gostoso de ler. Remete ao nosso passado, relatos importantes da nossa BH. Parabéns!!!!

    1. Exatamente…. texto leve que junto de vc tio, conseguimos ir imaginado cada detalhe. Que delicia!

      1. Obrigado Ana Luiza.
        Bom te ver por aqui. Melhor ainda saber que você achou uma “delícia” ler o texto.
        Continue prestigiando o blog.

  14. Que beleza enxergar essas maravilhas sob a ótica do seu olhar… é como se juntos caminhássemos!
    Parabéns!

  15. Adorei o texto, meu amigo!
    E ver as casas antigas, daquele pedaço antigo e importante, da história da cidade.
    Fui criado no 948 da Bernardo Monteiro, na esquina de Padre Rolim.
    Minhas memórias da região alcançam o distante ano de 1960 (com lampejos de 1959).
    As casas da Padre Rolim, muitas do início da cidade, ficaram gravadas na memória. Casas de piso de madeira larga, com porões, forros, e não lajes, quintais…
    Em uma delas, um sanatório, a lembrar os tempos em que BH era destino de cura, contra a temida tuberculose!
    Os seus textos, meu amigo, geram muitas viagens: as que acompanhamos, com você, as que lembramos, dos seus roteiros, as que voltam à memória, instigadas por fatos, lugares, menções.
    Um grande abraço

    1. Obrigado Vinício.
      As viagens a que você se refere são a parte mais interessante das caminhadas. Sem falar da que faço ao ler os comentários dos leitores. Que beleza a sua descrição das casas antigas da Padre Rolim.
      Sigamos juntos nessas viagens. BH ainda nos reserva muitas surpresas.
      Forte abraço!

  16. Bom dia Zé Walker! Muito bom os seus textos. Remetem imediatamente aos locais, praças e ruas da nossa BH! Nasci em BH e morei em um apartamento no prédio localizado na esquina da rua Tupinambás com Av. Paraná. A entrada do prédio ficava na Tupinambás, em frente à banca do “Baixinho”. Em 1960 mudei para o Edifício Tupiguá, que fica na esquina da rua Guarani com Tupinambás. Entrada pela rua Guarani. Morei neste endereço até a formatura em 1977. Depois, como engenheiro fui morar fora de BH. Tenho boas recordações destas quadras e das ruas com nome de povos indígenas! Não sei se você já escreveu sobre esta região e sobre as mudanças ocorridas nestas décadas que partem de 1950! Se tiver escrito, por gentileza, me indique; senão, ainda por gentileza nos brinde com seu cuidadoso olhar a história daquelas quadras, edificações e seu povo da região central de BH. Grande abraço!!

    1. Obrigado Alberto. Pelas palavras lisongeiras e por compartilhar aqui no blog uma parte da sua história.
      Que legal. Fomos vizinhos e não sabíamos. Morei no Edifício Teodoro, na esquina de Afonso Pena com Tupinambás, em cima do Café Palhares, até os 10 anos de idade, de 1954 a 1964, quando me mudei para a Serra.
      Escrevi alguns artigos sobre minhas caminhadas pelo centro da cidade, dois deles retratando o período em que morei no Teodoro. Vou enviá-los a você.
      Um grande abraço!

  17. Parabéns pelo texto, José Walker.

    Através dele é possível fazer duas caminhadas: uma pelas ruas de Belo Horizonte e outra no tempo.

    1. Obrigado Gilson.
      Fico feliz com a sua companhia aqui no blog e, mais ainda, ao saber que você fez curtiu duas caminhadas simultaneamente.

  18. Beleza, Zé. Estou achando ótimo esses seus artigos. Continue caminhando, registrando e compartilhando BH com esse olhar peculiar.

    1. Obrigado Mauro. Bom te ver por aqui.
      É um prazer compartilhar com os amigos as minhas andanças pelas ruas de BH.

  19. José Walker, bom dia!

    Passei muitas vezes na Av. Bernardo Monteiro, e não observei a diversidade de beleza na sua vizinhança. Com ao seu artigo pude apreciar a vizinhança na região. Abraços!

    1. Bom dia Ronaldo.
      Fico feliz em saber que através do texto você pôde apreciar também a vizinhança da avenida Bernardo Monteiro.
      Sugiro que agora você faça uma visita à região para comprovar “in loco” tudo o que falei.
      Grande abraço!

  20. Parabéns JW, conheço bem a região pois executei algumas obras residenciais próximo aos locais descritos. É uma região muito interessante da nossa cidade e com sua descrição da preservação das casas fica ainda melhor. Forte abraço.

    1. Obrigado Lourenço.
      Você, que conhece bem a região, sabe o valor que têm essas casas antigas e a importância de sua preservação.
      Vamos torcer para que as que ainda não foram restauradas também o sejam.
      Forte abraço!

  21. Parabéns Zé Walker! Como sempre um texto com tema atual ! Eu mesmo vou fazer esse trajeto pra apreciar esses casarões tb. Grande abraço

    1. Obrigado Giovani.
      Como bom caminhante que é, não tenho dúvida de que em breve você estará fazendo uma bela caminhada pela região.
      Bom proveito!

  22. Meu caro amigo Zé Walker, você se tornou um excelente escritor da história arquitetônica de Belo Horizonte. Conhecimento destes locais que nos passam muitas vezes despercebidos por sua beleza à época e hoje em dia, por sua descrição nos remontam aos seus dias de glória. Parabéns.

    1. Caro Walmir, obrigado pelas palavras lisongeiras.
      Faço com prazer essas caminhadas. Daí a inspiração para escrever.

  23. Zé, só mesmo você. Imagine, meu dentista fica ao lado do Hotel do Ronaldo Fraga. Nunquinha tive as percepções que você descreve aqui. Agora voltarei lá caminhando e bem atenta.
    Obrigada. Gosto muito de ler seus artigos.

    1. Eu é que agradeço Ângela.
      Que bom que você está disposta a voltar lá e caminhar bem atenta aos detalhes.
      Vá mesmo. E depois me conta como foi a experiência.

  24. Parabéns Zé, muito bom! Gostei de ver as fotografias das casas antigas. Apesar de passar pela região de vez em quando, passo de carro e não reparo nos detalhes. Como engenheiro e construtor que já fui por anos, gosto de ver os detalhes das construções antigas, como tenho o mal hábito de andar só de carro, não vejo os detalhes. Obrigado por compartilhar, pois através da sua lente pude perceber mais detalhes de uma região que gosto muito. Abraço.

    1. Obrigado Leonardo.
      Para ver os detalhes, só mesmo caminhando. Além disso é mais saudável, não é mesmo?
      Vamos lá?

  25. Ze Walker, amei sua incursão pelas ruas Ceará, Piauí, Aimores.
    Que descrições saborosas desses casaroes de nossa cidade.
    Me deu vontade de ir até eles e sentir a beleza, a história deles.
    Obrigada e parabéns pelas sua tenacidade, capacidade e amor à cidade.

    1. Muito obrigado Márcia.
      Essas casas merecem mesmo uma visita. Arrume um tempinho e vá até lá. Você vai gostar.
      Abs.

  26. Zé Walker, você sempre surpreendendo com as imagens da BH que poucos veem e com a pena certeira.
    Um grande abraço.

    1. Obrigado José Mafra.
      É um prazer compartilhar com os amigos as minhas andanças pela cidade.
      Grande abraço!

  27. Caro Walker
    Impecável o toque artístico em seus relatos.
    Você continua sendo o visitante mais ansiosamente esperado pelas ruas de BH e por nós, leitores assíduos e privilegiados de suas belíssimas crônicas.

  28. Parabéns por mais este artigo. Depois que sai da Rua Tomé de Souza, morei alguns anos na Maranhão com Getúlio Vargas. No cruzamento da Timbiras, Getúlio Vargas e Maranhão existe um casarão histórico, que já foi de tudo nessa vida, desde casa de shows até residência de Hare Krishnas. Este casarão merecia um tratamento de restauração mais apurado. Abaixo da Getúlio Vargas, local da sua caminhada, ainda existem alguns casarões, como vc bem assinalou mas, infelizmente, a valorização dos terrenos deu lugar a muitos prédios. Somente algumas casas foram salvas pelos projetos atuais de construção com manutenção de parte do patrimônio.
    P.S : Se vc caminhar na Rua da Bahia, em frente ao Minas 1, vai ver o monstrengo que foi construído ao lado da antiga casa do Maurício da Rocha. A casa rosa permaneceu intacta e parece que vai virar um museu mas o prédio ao lado, construído em cima de pilares de mais de 10m de altura, destoou completamente da casa, no meu entendimento.

    1. Beleza de depoimento Rubens.
      O casarão histórico a que você se refere não seria o do cruzamento de Bernardo Guimarães, Getúlio Vargas e Maranhão? Se for, tenho mais uma história para sobre o endereço: lá pelos idos de 1965 funcionava ali o Curso Floriano Peixoto. Uma de minhas irmãs estudou lá.
      Quanto à “Casa Rosada” em frente ao Minas I, tenho passado por lá. Também foi preservada pelos construtores do prédio ao lado. Vou reparar melhor, mas achei interessante o pé direito triplo do pilotis do novo prédio: os andares de apartamentos só começam acima do telhado da casa, mantendo-a em destaque. É minha opinião.

      1. Vc tem razão. O casarão é na Bernardo Guimarães, Getúlio Vargas e Maranhão. Se lá já foi Curso também é mais uma novidade pra mim, kkkk. Com relação ao prédio da Rua da Bahia eu achei que ficou o passado e o futuro lado a lado e pra mim não combinou. Diversos prédios em BH mantiveram partes da casa intocadas e construíram nos fundos como na própria Tomé de Souza, abaixo da entrada do Palácio da Liberdade (casa dos Brochado), no Hotel Ibis, da Av. João Pinheiro, onde moraram os Guimarães e ainda a casa onde funcionou por muitos anos a ENECON, na R. Martim de Carvalho.

        1. Você tem razão. Poderiam ter construído nos fundos, mas acho que o terreno não permitiria um bom aproveitamento.
          De qualquer forma, vou passar por lá para conferir.

  29. Puxa José Walker, me deu vontade de caminhar por lá depois de ler a sua postagem. Adoro as construções antigas.
    Qualquer final de semana vamos passear por lá! Brigadim por compartilhar conosco mais uma das maravilhas de Belô! Forte abraço e keep walking!

    1. Obrigado Frieda.
      Faça isso, caminhe por lá e depois me conte o que achou da experiência. Quem sabe você descobre algum detalhe que não percebi?
      Forte abraço!

  30. Parabéns meu Caro! Pra mim especialmente foi muito agradável caminhar com você neste trajeto tão significativo pra mim onde é minha referência de BH. Visitei BH na infância e depois morei na Bernardo Monteiro 404, uma quadra abaixo da Praça Hugo Wernek, casa de um tio muito querido, com oito primos…..É uma região que muito representa a história de BH, e que precisa ser preservado a memória e da maneira inteligente como tem sido feito e muito bom….Grande abraço….Parabéns!!!!

    1. Valeu Ubiraci.
      Que bom que você recordou os bons momentos vividos aqui em BH. Fiz uma rápida incursão no local e vi que a casa do 404 da Bernardo Monteiro ainda está de pé. Você sabia que todo o quarteirão da avenida, entre Andradas e Francisco Sales, é hoje uma estação do Move (BRT)?

  31. Zé Walker,
    Muito bom. Como sempre trazendo detalhes que na corrida do dia a dia nos passam despercebidos.
    Forte abraço

  32. Muito bom Zé. Deu vontade de passear por lá e ver de perto. Inspirador. Obrigada pelo texto.

    1. Eu é que agradeço a sua atenção e as palavras de incentivo Valéria.
      Isso, dê um passeio por lá, você vai se surpreender.

  33. Excelente mais uma vez, José Walker. É como se fosse uma redescoberta de BH. Parabéns!

    1. Obrigado pelas palavras de incentivo Ricardo Fakury.
      É a nossa BH, sempre nos surpreendendo.
      Grande abraço!

  34. Muito legal José Walker,
    Lindas casas realçadas pelo olhar de um caminhante atento aos detalhes desta cidade que tanto gosto.
    Abraços e boas caminhadas

    1. Obrigado Paulo Ricardo.
      As casas são lindas mesmo e mereciam ser preservadas. Ainda bem que o jeitinho brasileiro funcionou.
      Abraço!

  35. Muito bom artigo, obrigada por compartilhar sua visualização de mais uma linda caminhada! Magnífica arquitetura da nossa BH e tão bem poetizada. 👏👏👏

    1. Muito obrigado pelas palavras de incentivo June.
      Sigamos juntos nessa caminhada.
      Grande abraço!

  36. Parabéns pelo texto. Claro, objetivo e instrutivo. Como é bom saber que BH está se esforçando para não perder seus edifícios maís antigos, preservando, pelo menos em parte, sua memória. E você , com suas caminhadas, textos e fotos, tem uma participação especial na conservação desta memória. Obrigado

    1. Caro Bretas.
      Olha que suas palavras acabam me fazendo acreditar que estou mesmo contribuindo, através dos textos que escrevo, para a conservação da memória de BH, hein?
      Se é assim, só tenho a agradecer.
      Um forte abraço!

  37. Parabéns Zé! Seus registros nos ajudam a manter a esperança na preservação do patrimônio da nossa cidade!

    1. Muito obrigado Geraldo.
      Divulgar as belezas de nossa cidade é uma forma de preservá-las, não é mesmo?
      Grande abraço!

  38. Adorei sua caminhada Zé!!! 😍 As casas são lindas e as fotos as trouxeram até nós! 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻 Andei muito pouco por ali e adorei conhecer esse pedacinho através de você!!!
    Beijos de sua irmã,
    Luciana

    1. Obrigado Luciana.
      Que bom que através do texto você passou a conhecer um pedacinho de BH que ainda não conhecia. Me sinto gratificado!
      Beijos.

  39. Oi, José Walker,
    Uma visão do bairro que eu nunca havia tido. Maravilhosa. Minha mãe mora na rua Maranhão, quase com Padre Rolim, e eu sempre andei pelas vizinhanças, desde quando eu lá ainda morava, até hoje quando visito minha mãe e tenho tempo para espairecer. Depois do seu texto, com certeza eu irei ter uma nova visão do bairro, acolhedor e tradicional. Abraço.

    1. Maravilha de depoimento Franz.
      Que bom que o texto trouxe a você uma nova visão do bairro. Me sinto lisonjeado com isso.
      Abraço!

  40. Maravilhosa sua incursão artística cultural pelas ruas, com olhos atentos ao resgate dos valores históricos da nossa bela cidade Horizonte, restaurando as nossas lembranças da vida de cada qual que as tenha na própria vivência e levando tais marcos históricos, artísticos, culturais e sociais ao amplo conhecimento, ultrapassando fronteiras. Somos particularmente privilegiados por vivenciarmos toda beleza que passa pela história da cidade e concomitante da nossa geração, nesse interregno temporal. Muitos monumentos ainda perduram no tempo e muitos outros já se sucumbiram pelas inovações, pelo progresso e pela evolução metropolitana. Outros tantos com suas próprias histórias não percebidos ou notados, talvez pelas condições que se apresentam, dos quais, um que me lembro no momento, emblemático da Rua Piauí 75, que marca um tempo de gerações de 40 a 80, além de muitos outros como os cinemas hoje desfigurados pela evolução tecnológica, museus e tantos casarões que deram lugar aos edifícios desumanizadores e aparadores das bucólicas histórias próprias.
    Gde abraco e parabéns pelos passeios memoráveis.
    FMAC.

    1. Muito obrigado pelo comentário Fábio.
      Você tem razão, somos privilegiados. Belo Horizonte ainda tem muita história pra contar. Deixemo-nos surpreender.
      Numa próxima oportunidade vou conferir o 75 da rua Piauí.
      Forte abraço!

  41. Que recordações lhe proporcionaram estas ruas antigas de BH; quantas preciosidades arquitetônicas descobriu! E isso nos ajuda a lembrar que ainda tem pedaços de nossa BH que não conhecemos como devíamos. Parabéns pela descrição e obrigada por ter dividido conosco estes lugares tão significativos!
    Abraços,
    Roselys

    1. Obrigado pelas palavras de incentivo Roselys.
      Você tem razão, “ainda tem pedaços de nossa BH que não conhecemos como devíamos”.
      Grande abraço!

  42. Obrigado José Walker por me permitir aproveitar das suas caminhadas, trazendo, sempre, um olhar diferente para as particularidades de nossa bela cidade.

  43. Parabéns amigo JW.
    Na agitação do dia a dia, ás vezes passamos ao lado de verdadeiras obras de arte da arquitetura mineira, sem percebermos.
    Você resgata um pouco deste tesouro, sempre com comentários bem fundamentados sobre a obra, nos proporcionando boas recordações e acrescentando mais um pouco de cultura.

    1. Obrigado Ricardo Amorim.
      BH é uma caixinha de surpresas. Ainda temos muitos tesouros a descobrir.

  44. Mais uma maravilhosa caminhada Walker e descrição dela com lindas fotos por onde passou. Continue com essa determinacão e sucesso.

  45. Obrigado por nos trazer à lembrança lugares tão bacanas de nossa cidade. Parabéns! Continue escrevendo e fotografando, coisas que você faz muito bem!

    1. Eu é que agradeço Paulo Sérgio.
      Suas palavras de incentivo são indício de que estou no caminho certo.
      Abraço!

  46. Parabéns por mostrar a nossa história com seus olhos de filósofo. Passaram pela minha cabeça muitas lembranças.

  47. Texto e fotos revelam a paixão do poeta pela nossa bela BH. Leitura muito prazerosa. Parabéns!

    1. Obrigado Paulo Zuba.
      É um prazer compartilhar com os amigos as maravilhas da nossa querida BH.

  48. Obrigado pelo passeio José Walker! Você tem um olhar de artista, que consegue extrair o belo escondido nas coisas mais inusitadas e faz despertar lembranças que marcaram a vida de tantos. Este caminhar despretensioso com este olhar refinado resgata acontecimentos e muitas histórias que ajudaram a construir a Belo Horizonte de hoje, que traz um passado, ajuda a entender o presente e contribui para moldar um futuro promissor, em direção a uma cidade sempre mais bela e acolhedora para todos os seus habitantes.

    1. Obrigado Eugênio.
      Seu comentário me deixa muito lisonjeado. Faz a gente enxergar que está no caminho certo.
      Minha intenção é exatamente mostrar, através dos textos que escrevo, a beleza da nossa cidade. Acredito, sinceramente, que temos um futuro promissor. Belo Horizonte me surpreende em cada esquina. E são muitas!
      Um forte abraço!

  49. Muito legal fui onde você foi sem aglomerar!
    Belas relíquias em boas palavras👍👏

    1. Obrigado José Roberto.
      Que bom que você curtiu o texto. As casas antigas de BH são verdadeiras relíquias e devem ser preservadas.
      Abraços!

  50. Meu amigo, estas caminhadas estão servindo para que você tenha o seu lado de escritor revelado! Ótima idéia seria juntar todas, editar e expor, por exemplo, na Escola de Arquitetura, para que mais pessoas tenham a chance de conhecer o seu trabalho e a nossa BH! Parabéns! Adorei as fotos!

    1. Obrigado Norma.
      São duas coisas que gosto muito: caminhar e escrever. Faço com prazer.
      Quanto aos textos e fotos, vamos divulgando entre os amigos.
      Abs.

  51. Oi, Zé Walker!
    Que bom o resgate da nossa arquitetura, às vezes esquecida pela nossa correria ou falta de sensibilidade. Obrigado por nos levar nessa viagem!
    Grande abraço.

    1. Olá Tonho.
      Eu é que agradeço suas palavras de incentivo.
      Obrigado por sua companhia nessa viagem.
      Forte abraço!

  52. Muito boa sua percepção. Gostei muito. Vou repassar para alguns amigos. Já até admirei alguns casarões, mas vc é bom q conta um pouco da história de BH.👏👏👏

    1. Valeu Eduardo. Obrigado por compartilhar.
      É um prazer contar um pouco da história de BH para os amigos.
      Grande abraço!

    1. Obrigado Ângela.
      Que bom que através do artigo você ficou conhecendo mais um pouquinho de BH.
      Abs.

  53. Parabéns, JW! Gostei do texto, passa muitas informações. As fotografias também são ótimas. Obrigada por compartilhar!
    Estou refazendo meus álbuns no Flickr, depois te envio o link. Ok?

    1. Obrigado Concita.
      Fico feliz em saber que você gostou do texto e das fotos.
      Fico aguardando o link.

  54. Muito bom Walker. Realmente em BH ainda existem construções maravilhosas que a gente não vê, mas que vc mostra. Grande abraço!!

  55. Carissimo J. Walker foi um passeio delicioso pela arquitetura de BH sempre trazendo doces recordações. Obrigado
    J. Erico

  56. Muito bom, JW! Essas casas restauradas merecem ser apreciadas. Pouco acima, na Contorno com Ouro, tem a famosa Villa Rizza, agora novamente recuperada. Pena que na cidade haja tantas outras em péssimas condições.
    Interessante que você começou a caminhada pertinho de onde morava minha avó (Gonçalves Dias) e onde mora a Goretti (Ceará com Bernardo Guimarães).
    Um abraço.

    1. Obrigado José Ribeiro.
      Bem lembrado. A Villa Rizza está uma beleza depois que foi restaurada. Pena que a Casa d’Aranha, que ficava ao lado, foi ao chão para dar lugar a mais um prédio comercial.
      Sua avó morou também na rua Paraíba, ou estou enganado?

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