Publiquei recentemente um artigo em que retrato a avenida Afonso Pena da minha infância, citando alguns ícones da época como a Feira de Amostras, a Livraria Rex, o Banco da Lavoura e a loja de departamentos Guanabara, entre outros (veja aqui).

O artigo foi bem recebido pelos leitores, que se manifestaram através de comentários como “viagem no tempo”, “saudades daquela época”, etc., o que me deixou bastante lisonjeado.

Mas houve também puxões de orelha!

Uma leitora, que prefere não revelar nome e idade, lamenta que eu não tenha citado a Casa Sloper, que “funcionava na avenida Afonso Pena, entre ruas Espírito Santo e Tupis”.

Ela afirma que tem quase a minha idade e apresenta um argumento irrefutável: diz que frequentou aquele estabelecimento várias vezes quando criança, ainda na avenida, antes de sua transferência para a rua Rio de Janeiro.

Uma outra leitora que nasceu em Piumhí, mas mudou-se para BH logo após o fim da 2ª Guerra, não se conforma com a omissão do Automóvel Clube, do Instituto de Educação, onde fez o “curso de magistério” e do Conservatório Mineiro de Música, hoje Conservatório de Música da UFMG.

Conservatório Mineiro de Música (Fonte: Postal. s.t., [Belo Horizonte], [c. 1940])

Há ainda quem tenha defendido a causa do Palácio da Justiça, “belíssimo prédio em estilo eclético do início do século passado”, e até mesmo a dos prédios da Prefeitura e dos Correios, “que não são tão imponentes, mas representam bem aquela época”.

Polêmicas à parte, eu gostaria de esclarecer que o objetivo foi recordar as minhas caminhadas pela avenida, que na época retratada no artigo se limitavam ao trecho compreendido entre a Feira de Amostras e a entrada do Parque Municipal, nas imediações da rua da Bahia.

Portanto, a não ser a Sloper, de que realmente eu não me lembrei, todos os demais estabelecimentos estavam fora do raio de ação da criança que eu era e por isso não foram citados.

Mas quem quiser matar a saudade é só conferir o roteiro Da Praça Sete à Praça da Liberdade..., onde faço uma breve descrição desses estabelecimentos e o artigo Prédios históricos de BH…, onde escrevo mais algumas linhas sobre o Instituto de Educação.

E não se acanhem. Elogios são bem-vindos, mas um puxão de orelha de vez em quando não faz mal a ninguém!

Foto de Abertura: Instituto de Educação de MG (Fonte: APCBH – Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte)

2 respostas

  1. Mais um bom artigo. Parece uma época bem mais simples e prazerosa do que hoje em dia… Abraços, Zé.

    Lucas Veloso

    1. Oi Lucas!
      Obrigado pelo comentário. Desculpe a demora na resposta.
      De fato, nessa época tudo era mais simples e prazeroso, mas você sabe que no mundo inteiro várias cidades estão promovendo uma volta às boas práticas do passado?
      São as ‘cidades resilientes’, sobre as quais eu já comentei aqui no blog. É o caso de Cingapura, que transformou um canal de concreto em parque urbano e hoje é referência mundial em resiliência.
      Vamos tomar como exemplo o Instituto de Educação. Por que não resgatar o projeto original, derrubar o muro, reconstruir os jardins e transplantar as árvores para um local mais adequado?
      Porque não fazer um projeto de iluminação bacana e promover a ocupação do prédio à noite?
      É claro que isso requer investimentos, vontade política etc., mas temos que dar o pontapé inicial, não é mesmo?
      Conto com você para divulgar esta e outras idéias.
      Grande abraço !!!

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