A mais nova atração de Belo Horizonte

Quarta de sol e céu azul. Dez da manhã. Sigo a pé até o 354 da Afonso Pena e embarco no 4103 com destino ao Parque do Palácio, a mais nova atração de Belo Horizonte. A subida é longa. Enquanto o motorista acelera, vou curtindo a nossa mais bela avenida. Viajo. Quando desperto, o 4103 já está próximo à Praça do Papa. Mal tenho tempo de acionar o sinal de pare e desembarcar. Em poucos minutos chego ao meu destino, o Palácio das Mangabeiras, que em meados de 2022 deixou de ser a residência oficial dos governadores de Minas e se tornou Parque do Palácio. Mas o Parque não se revela à primeira vista. Situado numa colina, revela-se aos poucos, à medida que vou subindo. Logo após a entrada, pendurado numa encosta do terreno, vejo um grande cubo em chapas de aço vazadas. Os vazios são letras-palavras-versos. Chego mais perto e leio: “Cuboesia – Projeto: João e Isabel Diniz”. “Cuboesia”, obra de João e Isabel Diniz na entrada do Parque do Palácio Um nivel acima, numa área gramada, uma tenda sustentada por vergalhões e o Labirinto Playground, um brinquedo cedido ao Parque pela Vazio S/A, fazem a alegria da criançada. Atrativos para os adultos? Tem o Café – um dos melhores da cidade – à beira da piscina, as obras de arte espalhadas pelos jardins e, é claro, o próprio Palácio. Encomendado no início da década de 50 pelo então governador Juscelino Kubitscheck ao ainda pouco conhecido arquiteto Oscar Niemeyer, o Palácio das Mangabeiras é atração à parte. Situado no topo do terreno, domina a paisagem com suas linhas curvas, sua grande superfície envidraçada, marcas registradas de Niemeyer. Fachada do Palácio das Mangabeiras Atualmente destinado a receber mostras de arte e outros eventos, o prédio de dois pavimentos possui amplos salões, móveis de época e um belo piano da cauda. O acesso ao pavimento superior se dá através de típica escada dos anos 50/60: degraus aparentes e corrimãos dourados. Subo e vou até a varanda, que ocupa toda a frente da edificação. De lá, aprecio os jardins de Burle Marx, as árvores ao redor, as curvas da piscina (seria, também ela, projeto de Niemeyer?), a Serra do Curral ao fundo. Cenário de cinema para encerrar o passeio. A volta pra casa foi tranquila. Desci do 4103 nas proximidades do Teatro Francisco Nunes, passeei pela avenida à sombra do verde Municipal, desci a sempiterna rua da Bahia, enveredei pelo mais famoso viaduto da cidade e segui adiante… Caminhos da Floresta. No trajeto, fiquei imaginando as serestas ao luar que JK – pé de valsa que era – deve ter promovido lá no Mangabeiras para matar as saudades da sua querida Diamantina. Viajei de novo!