Plano B
Andradas. É pra lá que eu vou. Saio de casa a mil por hora. Embarcar no Circular em frente ao antigo Cine Odeon, descer no Perrela. Consulto o aplicativo: SC01A, dois minutos. Aperto o passo. Dobro a última esquina. Lá está ele. Arrancando. Corro, braço estendido. Motorista não vê, ou faz de conta que. O próximo? Daqui a 18 minutos, diz o aplicativo. Sem chance, digo eu. Colocar em ação o plano B, Praça da Liberdade. Do outro lado da Contorno, quatro opções: 8102, 8106, 8107, 8108. Oba! lá vem o zero dois. Cartão BHBUS Master na mão, gratuidade liberada. Vários assentos à minha disposição. Vou de janela ao sol. Vida de aposentado é assim. Se não dá pra ir a pé até o destino, ônibus te leva. De graça. E vazio, dependendo do horário. É só não sair de casa por volta das oito da manhã. Mas quem disse que aposentado tem hora pra sair de casa? O zero dois chega à Praça da Liberdade em quinze minutos. Parada junto à Biblioteca Pública. Desço. Passo por Fernando Sabino, Otto Lara Resende, Hélio Pellegrino e Paulo Mendes Campos, os “quatro cavaleiros do apocalipse” eternizados em bronze pelas mãos do artista plástico Leo Santana. Os “quatro cavaleiros do apocalipse” em frente à Biblioteca Pública (Foto: Lude G.B.) No saguão da Biblioteca, exposição da obra de outro grande escritor da geração apocalíptica: Wander Piroli. Justa homenagem ao autor de A mãe e o filho da mãe. Rápida passagem pela Casa Fiat de Cultura. Em cartaz, “Gemini”, uma história em quadrinhos digital e interativa, além de reproduções de desenhos dos artistas Clémence Bourdaud (França) e Rogi Silva (Brasil). Algumas voltas pela Praça… Reforma do prédio verde, futuro Centro do Patrimônio Cultural Cemig, ainda não. Se começou, começou por dentro. Vamos Aguardar. Xodó. O fast food que completou 60 anos em março continua em plena atividade. Já faz parte da história de Belo Horizonte. Inauguração do Xodó, o primeiro fast food de BH, em 1962 (foto: divulgação revista Encontro) Escola de Design da UEMG. Finalmente em funcionamento, após a longa reforma do antigo prédio do IPSEMG. Belas instalações. Centro Cultural Banco do Brasil. Nova iluminação interna e externa prestes a ser inaugurada. Sirva de exemplo para os demais prédios históricos do entorno. Inclusive, e principalmente, para o Palácio da Liberdade, que à noite passa praticamente despercebido. A má notícia é que a MRV não cuida mais da Praça. O próximo cuidador será, provavelmente, o Banco Inter. Chute do funcionário da Prefeitura que encontrei por lá. Tomara que ele acerte o gol. Voltei pra casa de zero oito. Vazio também. Menos de quinze minutos. Gostei da experiência. A emenda ficou melhor que o soneto.