Gostei da matéria “Novas lanchonetes dos parques de BH saem do comum e vão oferecer vinho e queijo”, publicada recentemente no jornal Estado de Minas.
É uma boa oportunidade para divulgar o Queijo de Minas e seu produto mais ilustre, o nosso famoso pão de queijo.
Quanto ao vinho tenho minhas dúvidas, principalmente no verão.
Mas o que me chamou a atenção é que junto às novas lanchonetes vão ser instalados sanitários com entrada a 50 centavos, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, autora do projeto.
É meio caminho andado para a solução de um problema crônico na cidade: o aperto na hora do aperto.
Eu, por exemplo, faço diariamente 90 minutos de caminhada na volta do trabalho para casa e quando preciso ir ao banheiro é um deus nos acuda, principalmente se não houver um bar ou restaurante por perto para salvar a situação.
E porque apenas meio caminho andado?
Porque o projeto da Prefeitura é implantar a novidade apenas em alguns parques, entre os quais estão o Parque da Barragem Santa Lúcia, o Parque da Serra do Curral e o Parque das Mangabeiras.
Se for isso mesmo, ficaremos a ver navios. É que na região central, segundo informa a Prefeitura, apenas o Parque Municipal será contemplado e na região da Savassi, onde o vai-e-vem de pessoas também é grande, nenhuma lanchonete será implantada.
Mas sabem como resolver este impasse? É só expandir o projeto, contemplando também os quarteirões fechados ao trânsito de veículos, que são tendência aqui em BH.
Para se ter uma ideia, só na região da Savassi são 7 quarteirões, prontos para serem utilizados: 4 na própria praça Savassi (2 na rua Pernambuco e 2 na rua Antônio de Albuquerque) e 3 na praça ABC (2 na rua Ceará e 1 na rua Cláudio Manoel).
Ainda nas proximidades da Savassi temos 3 quarteirões fechados na praça Tiradentes (2 na rua Paraíba e 1 na rua Aimorés) e na região central mais 4 (Praça 7).
Além destes, poderiam ser incluídos nos estudos outros locais como as praças Rio Branco (Praça da Rodoviária), 1º de Maio (Paraná com Amazonas), Afonso Arinos, Duque de Caxias e Floriano Peixoto, só para citar mais 5.
É claro que alguns locais são intocáveis, como a Praça da Liberdade, patrimônio histórico e cultural da cidade, mas para tudo tem jeito: não longe dali, em frente à Casa Fiat de Cultura, está a Praça José Mendes Júnior, que também poderia ser contemplada.
De qualquer forma, a iniciativa da PBH é digna de louvor e merece todo o nosso apoio. As minhas sugestões visam apenas contribuir para que as novas lanchonetes se espalhem por outros cantos da cidade e resolvam definitivamente o problema da falta de sanitários.
A propósito, nem bem acabei de escrever o parágrafo acima e outra matéria do Estado de Minas chamou a minha atenção: acabam de ser instalados pela Prefeitura os primeiros totens informativos sobre o patrimônio histórico e cultural da cidade.
Foto: lugarcerto.com.br
É uma notícia auspiciosa, que a população recebe com bons olhos. Os totens trazem informações em português e inglês sobre imóveis, praças e famílias que fizeram a nossa história, além de referências a pessoas ilustres que nos visitaram.
E tem mais novidade: de acordo com a matéria, está em estudo a implantação de um circuito literário que pretende divulgar as casas que abrigaram escritores famosos aqui de BH, ou que aqui viveram.
Parabéns à Prefeitura. É prova de que BH caminha definitivamente para a internacionalização. Aliás, sempre defendi a tese de que a cidade não fica nada a dever a outras metrópoles mundo a fora em termos turísticos. Basta que acreditemos em nosso potencial.
Mas para isso é preciso investir em serviços que andam meio esquecidos pela administração pública, como iluminação dos prédios tombados pelo patrimônio histórico e conservação das calçadas.
E para os descrentes, que afirmam que BH não tem mar como o Rio de Janeiro, ou rio navegável como Londres, Paris ou Roma, costumo citar Barcelona, que é mundialmente conhecida por ser um centro de cultura e arte, embora tenha também suas praias.
Querem tirar a prova? Perguntem a nove entre dez turistas que visitaram a capital da Catalunha se foram à praia. Garanto que dirão que nem viram o mar, ou nem sabiam que a cidade era banhada pelo mar.
Mas voltando à vaca fria, vamos torcer para que as novas lanchonetes-sanitário de BH saiam logo do papel (e do âmbito dos parques) e se espalhem pela cidade.
Será um grande alívio para a população!