“Carnaval” 2022

Sem aval não há carnaval. Foi o que aconteceu este ano em Belo Horizonte. A Prefeitura bateu o pé, disse que não apoiaria e deu no que deu. O único bloco que vingou foi o dos viajantes, que levou às BR’s e MG’s centenas de milhares de foliões. Aqui em casa, resolvemos aproveitar o feriadão para curtir a cidade. Foram quatro dias de caminhadas a dois. Sábado, Parque Linear Arrudas. Avenida dos Andradas. Mil e novecentos metros pra lá, mil e novecentos pra cá. Gente correndo, gente pedalando. A maioria das gentes caminhando. Domingo, Lagoa dos Ingleses. Alphaville. O verdenovo depois das chuvas, o azul do céu refletido no espelho d’água, as montanhas ao fundo: pintura. Domingo na Lagoa dos Ingleses (Foto: Lude G.B.) Após a caminhada, almoço em um dos restaurantes próximos à orla. Com direito a música ao vivo: Country Rock. Segunda-feira, Praça da Liberdade. A mais francesa das praças brasileiras era dos turistas. Escaldados com as ladeiras de Ouro Preto, os visitantes passeavam tranquilamente pela Alameda Travessia ou ziguezagueavam entre jardins e fontes. Nossa! era o que mais se ouvia. Em um dos bancos próximos ao coreto um jovem casal tocava Beatles. Ele no violão, ela no violoncelo. Em volta, crianças. Dançavam ao som de Help! Terça-feira, Praça Floriano Peixoto. Santa Efigênia. No gramado, à sombra das palmeiras, toalha estendida, matula: piquenique em família. Ao lado, crianças pedalando, correndo, saltando: bloco da pá virada.   Praça Floriano Peixoto no bairro Santa Efigênia (Foto: Lude G.B.) É verdade. Houve, aqui e ali, um arremedo de carnaval. Nada, entretanto, que prejudicasse o nosso programa. Muito pelo contrário. No sábado, por exemplo, enquanto caminhávamos na avenida dos Andradas, vimos passar, do outro lado, um veículo do tipo “trenzinho da alegria” com alguns foliões. Mais tarde soubemos que eram integrantes do Então, brilha, que circulou incógnito pela cidade. Naquele mesmo dia, já chegando em casa, tivemos que parar o carro e aguardar a passagem de um irreverente bloco que seguia pela nossa rua. Enquanto alguns integrantes se empenhavam em apressar os foliões retardatários e liberar o trânsito, nós, de dentro do carro, nos divertíamos acompanhando a evolução.  E na noite de segunda-feira, para não passar em brancas nuvens, desembarcamos no Shopping Bandeirantes, onde um grupo de músicos atacava de marchinhas de carnaval. Conosco, os casais Luiz Henrique e Mônica, Ailton e Paula. Ótima companhia. Ano que vem tem mais. Com ou sem aval.