Os 121 anos de BH (e do Parque Municipal)

12 de dezembro. Aniversário de Belo Horizonte. Abro o Portal do “Estado de Minas” na internet e dou de cara com a manchete: “Antigo campo do América Futebol Clube, a Alameda, vira novamente Parque” E vejam o que vem em seguida: “Com um belo discurso de inauguração, o prefeito de Belo Horizonte entregou ontem à população da cidade o trecho recuperado do Parque Municipal junto ao Viaduto da Avenida Francisco Sales, que durante décadas foi ocupado por um hipermercado. Na ocasião, o alcaide lembrou o plano original da nova capital de Minas Gerais, onde se previa uma área para o Parque Municipal correspondente a pelo menos três vezes a atual.   Lembrou ainda as mutilações que o verde sofreu ao longo dos anos para implantação de hospitais e outros espaços comerciais naqueles arredores, detendo-se no caso específico do novo espaço inaugurado que fora subtraído ao parque para se transformar em estádio de futebol para importante time da capital, o qual, em crise, o vendeu para uma rede de supermercados. Com a ação atual da prefeitura, a cidade não apenas resgata importante espaço público, como repõe um grande número de espécimes vegetais muito importantes para atenuar as grandes alterações climáticas das últimas décadas.” O texto foi escrito pelo arquiteto Flávio Carsalade pensando numa futura manchete que BH merecia ganhar de presente de aniversário, um exercício de imaginação. Gostei. E aproveitando o convite do autor, acrescentei o meu próprio exercício de imaginação. Ficou assim: A inauguração do novo espaço faz parte de um projeto maior de resgate do Parque Municipal, que prevê ainda a recuperação da área ocupada pela Faculdade de Medicina da UFMG e da área onde se encontram duas edificações abandonadas na esquina da avenida Alfredo Balena com a alameda Ezequiel Dias. Tais intervenções deverão ser concluídas em curto prazo, uma vez que a Faculdade de Medicina da UFMG acaba de ser transferida para o Campus da Pampulha e as duas edificações da avenida Alfredo Balena já estão sendo demolidas. No que diz respeito à Faculdade de Medicina só ficará de pé o belo prédio da antiga ocupação estudantil “Borges da Costa”, que será transformado em centro cultural destinado a preservar a memória de uma geração de estudantes que marcou época na política e cultura mineiras. Numa próxima etapa está prevista a recuperação dos terrenos situados entre a margem esquerda do ribeirão Arrudas e a linha férrea da antiga Rede Ferroviária Federal, desde a Serraria Souza Pinto, que será preservada, até a esquina das avenidas Andradas e Francisco Sales. O local será transformado em parque linear a ser integrado ao recém inaugurado Corredor Cultural da Praça da Estação. Estão previstas ainda diversas intervenções na parte baixa do bairro Floresta, destacando-se a transformação das ruas Itambé, Geraldo Teixeira da Costa, Aquiles Lobo e Conselheiro Rocha em alamedas de pedestres e a criação de áreas verdes onde se encontram hoje alguns prédios institucionais como o Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte, a 1ª Delegacia de Polícia Civil, o Serviço de Acolhimento à População de Rua e a Transfácil. Utopia? Pode ser. Mas o fato é que a matéria do Carsalade me fez um bem danado. Afinal, eu também venho defendendo a tese de recuperação do Parque Municipal. Lembram-se do artigo que publiquei em novembro de 2016, intitulado Parque Municipal de Belo Horizonte: o maior parque urbano da América Latina? Pois bem, agora não estou sozinho. Estou otimista. Já antevejo o dia em que a manchete acima deixará de ser exercício de imaginação e se tornará notícia de fato. E poderemos caminhar tranquilamente pelo novo Parque Municipal. Até lá, a gente vai plantando as sementes. E viva Belo Horizonte! Foto de abertura: o Parque Municipal em 1910 (fonte: BH Nostalgia/Belo Horizonte: de Curral del Rei à Pampulha) Foto da antiga ocupação estudantil “Borges da Costa” e outras relacionadas ao artigo? Veja a seguir: