Corredor Cultural da Praça da Estação: porque parou, parou porque?
Quem se lembra de uma projeto denominado Corredor Cultural da Praça da Estação, que interligaria a Serraria Souza Pinto, o Museu de Artes e Ofícios, a Casa do Conde de Santa Marinha e outros espaços culturais da região da Praça da Estação aqui em Belo Horizonte? E da proposta de construção do Espaço Multiuso do Parque Municipal, onde funcionou o Colégio Imaco? Ambos foram lançados pela Prefeitura de BH há cerca de três anos e causaram muita discussão, mas trouxeram, sobretudo, muitas esperanças para o meio artístico-cultural da cidade. E como andam esses projetos? Infelizmente não andam: o primeiro ficou só no papel e o segundo só no esqueleto. Mas agora vou resgatá-los através de uma proposta única. A minha ideia é criar uma passarela elevada interligando o futuro Espaço Multiuso do Parque Municipal à Serraria Souza Pinto, ao Museu de Artes e Ofícios, ao Centro Cultural da UFMG, ao Espaço Cultural Estação 104, e à Casa do Conde. A passarela teria como eixo o canteiro central da avenida dos Andradas e, assim como o High Line Park nova-iorquino, seria toda ajardinada, com áreas de repouso e plataformas para fotografias. Tudo começaria no futuro Espaço Multiuso, dentro do Parque Municipal. De lá a passarela seguiria em elevação pela alameda que margeia o Lago do Quiosque, infletiria à esquerda próximo ao gradil da alameda Ezequiel Dias e continuaria em frente até transpor a pista contígua da avenida dos Andradas. A partir deste ponto começaria efetivamente o trecho ao longo do canteiro central da avenida, que teria dois lances distintos, em função da interferência com o viaduto Santa Tereza, patrimônio histórico da cidade. O primeiro lance iria até a altura do número 840 da avenida, um pouco antes do viaduto, e morreria à direita, no terreno que hoje serve como área de estacionamento da Serraria Souza Pinto. O segundo lance nasceria logo em frente, onde se encontra o prédio de número 555 da avenida dos Andradas, que seria demolido. Mas não se assustem: trata-se de construção sem interesse histórico, cuja demolição, além de servir a uma causa justa, permitiria a despoluição visual da área e a implantação de mais um espaço público. Depois da demolição o local seria urbanizado, possibilitando a construção do acesso ao segundo lance da passarela, que transporia a pista contigua da avenida dos Andradas e seguiria pelo canteiro central em direção à Praça da Estação. Na Praça da Estação haveria duas alças, uma à direita, em direção ao Monumento à Civilização Mineira, e outra à esquerda, em direção à avenida Santos Dumont. Estas alças permitiriam o acesso ao prédio da antiga RFFSA e ao Museu de Artes e Ofícios de um lado, e ao Centro Cultural da UFMG e ao Espaço Cultural Estação 104 do outro. Fonte: belarq.com.br Na sequência a passarela seguiria em direção ao viaduto da Floresta e continuaria, acompanhando o traçado da avenida, até a esquina da rua da Bahia. Dalí a passarela transporia a avenida Andradas tomando a direção da rua Januária e chegaria ao seu ponto final, a Casa do Conde. Ponto final? Depois que tinha dado por encerrado este artigo é que me lembrei do interessante Museu Giramundo, e do antigo “Hotel Palladium”, mais conhecido como “Castelinho da Floresta”, que fica logo em frente, na rua Varginha, e hoje não passa de um casarão abandonado. (ver atualização) E se da Casa do Conde a passarela seguisse margeando a linha de trens até a altura da rua Varginha com Célio de Castro, entrasse pelo lote vago que há na esquina e se ancorasse no antigo Hotel Palladium, para então alçar vôo até o Museu Giramundo? Não é má ideia, concordam? ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… Algumas intervenções que contribuiriam para tornar o projeto ainda mais interessante: Pintar o viaduto Santa Tereza com tinta impermeável à prova de pichações, e retirar os horríveis anteparos colocados na base dos arcos (deve haver uma maneira menos impactante de evitar que novos CDA’s se aventurem naquelas alturas); Ocupar e integrar ao Corredor Cultural o prédio recém construído entre a Praça da Estação e o viaduto da Floresta, onde já deveria estar funcionando o Centro de Referência da Juventude; Demolir a destoante construção existente do outro lado do viaduto, possibilitando a criação de uma grande praça em frente à monumental Casa do Conde, que assim teria a visibilidade que merece; Reformar e promover a ocupação do antigo prédio da Escola de Engenharia da UFMG, o A.S. ou Álvaro da Silveira, de tantas recordações, não é mesmo, caros colegas? E Ponto final.