Lazer e cultura no centro de Belo Horizonte
Este roteiro começa em um dos mais belos parques urbanos do país, o parque Municipal Américo Renné Giannetti, ou simplesmente Parque Municipal, como o chamam os belo-horizontinos. O Parque ocupa uma área de 182 mil metros quadrados e fica bem no centro da cidade.
Entre pelo portão da avenida Afonso Pena que fica defronte à avenida Álvares Cabral, vire à esquerda e siga pela pista asfaltada até o Teatro Francisco Nunes, carinhosamente chamado de Chico Nunes.
A importância do Chico Nunes se deve ao fato de que na época de sua inauguração, em 1950, a cidade andava carente de teatros. O Teatro Municipal havia se transformado em cinema e o Palácio das Artes ainda não existia.
Depois de passar pelo Chico Nunes, vire à esquerda e siga até o coreto que fica logo adiante. É um bom local para tirar fotos.
Foto: André Zuliani
Saindo do coreto, pegue uma das trilhas que conduzem a um dos recantos mais agradáveis do parque, o Lago dos Barcos, e se tiver tempo e disposição dê umas remadas para se exercitar um pouco.
Foto: Juarez Rodrigues
Em seguida, compre um ingresso e dê umas voltas na tradicional roda gigante que fica ali perto. Aproveite a oportunidade e admire, lá do alto, a beleza do parque.
Próximo à roda gigante fica o ponto de parada de um interessante trenzinho, que com seus vagões multicoloridos, circula pelos principais logradouros do parque. É um bom programa para as crianças.
Um pouco adiante desse ponto de parada pegue, à esquerda, uma das trilhas que conduzem a uma pequena ponte de madeira em arco. Cruze a ponte e dirija-se ao Lago dos Marrecos. Procure relaxar e admirar a beleza do local.
Foto: Ana Paula Gonzaga
A partir daí, continue caminhando pelo interior do parque. Você acabará chegando a outros recantos como o Lago do Quiosque e ao Orquidário Municipal, onde os orquidófilos de BH costumam se encontrar.
Se você trouxe algo para comer, é hora de se sentar à sombra das árvores e fazer a sua refeição. Depois, quem sabe, deitar-se e relaxar um pouco, curtindo o silêncio e o canto dos pássaros.
Descansou? Então vamos fazer o lado cultural do passeio. Saia do parque pelo portão que fica defronte a esquina das ruas Tamoios e Bahia, vire à direita e siga em direção ao Boulevard Arrudas, ladeando o Viaduto de Santa Tereza.
Cruze a avenida dos Andradas e chegue em frente ao prédio onde funcionou a antiga Serraria Souza Pinto e hoje, completamente restaurado, recebe grandes eventos.
Olhe para cima e imagine a altura entre o nível da rua e o topo do arco de concreto que fica um pouco à frente no viaduto. Se você imaginou algo em torno de 25 metros, acertou.
Agora, imagine alguém caminhando lá em cima.
É o que se propunham fazer os jovens escritores modernistas de Minas Gerais lá pelos idos de 20 do século passado, capitaneados por Carlos Drummond de Andrade, e duas décadas depois, os “os quatro cavaleiros do apocalipse” Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Rezende e Hélio Pellegrino.
Mas deixe essa loucura de lado e passe por baixo do viaduto, seguindo a rua Aarão Reis em direção à Praça da Estação. A pavimentação em paralelepípedo foi reconstituida recentemente, procurando resgatar o piso original, da época da construção da capital. À direita, alguns prédios remanescentes daquela época, pertencentes à Rede Ferroviária Federal.
Mais alguns passos e você estará diante da Praça Rui Barbosa, mais conhecida como Praça da Estação. O destaque aqui fica por conta do prédio da antiga estação ferroviária da Central do Brasil, uma bela construção em estilo neoclássico. Observe os detalhes da torre frontal onde se encontra o relógio, aliás o primeiro relógio público instalado na cidade.
Foto: Daniel Mansur
Este prédio abriga um dos museus mais originais do país, o Museu de Artes e Ofícios (MAO). O museu, com um grande acervo de utensílios, máquinas e equipamentos, se propõe divulgar o universo do trabalho, das artes e dos ofícios no Brasil. É visita obrigatória.
Foto: Daniel Mansur
Ao sair do museu, passe pelo Monumento à Civilização Mineira, erigido bem no centro da praça. Depois, atravesse a avenida dos Andradas e se dirija ao outro lado da praça, o lado ajardinado. Na esquina da rua da Bahia com a avenida Santos Dumont você estará diante de outra construção antiga e bem conservada. Trata-se do Centro Cultural da UFMG, instalado no prédio da antiga Escola Livre de Engenharia.
Mais adiante, seguindo em direção à rua Guaicurus, você verá o prédio de uma antiga fabrica de tecidos que hoje abriga um importante espaço cultural, conhecido como “Estação Cento e Quatro“.
Segundo os responsáveis, o Cento e Quatro “é um espaço democrático, aberto ao debate e à formação artística”. Um espaço “mutável e multiuso, ao mesmo tempo, café, cinema e galeria”.
Gostou? Então, programe-se para uma sessão de cinema ou um cafezinho mais tarde, pois o passeio ainda não terminou. Falta visitar ainda outro importante espaço cultural, o complexo conhecido como “Casa do Conde de Santa Marinha”, que fica ali pertinho, do outro lado da avenida.
É só atravessar a avenida do contorno e seguir em frente pela rua Januária. Você verá não uma casa, mas um verdadeiro palacete, com dezenas de cômodos e um imenso jardim.
Atualmente, o espaço é ocupado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), responsável pela programação cultural dos cinco galpões e das oito salas de exibição que fazem parte do complexo.