Pegando o gancho na questão levantada pela Vera Lúcia aqui mesmo neste “Banco de Ideias” (a eliminação de parte dos jardins da Igreja São José para construção de um prédio comercial), um leitor que assina apenas “Cidadão Inconformado” também quer dar o seu recado.

Diz ele que tinha “uns 5 anos”, mas se lembra perfeitamente que aos domingos, depois de caminhar com seus pais pela avenida Afonso Pena, no centro de BH, pegava o bonde na rua Caetés e descia em frente a Igreja Nossa Senhora das Dores, no bairro Floresta, onde assistiam à missa.

Naquela época, explica, “o acesso à igreja se fazia pela avenida do Contorno, através de uma escadaria cercada de jardins, e era bonito ver a igreja lá no alto, dominando a paisagem”.

Fomos à internet em busca de imagens antigas de BH e vejam o que encontramos: uma foto da igreja ainda em construção, mostrando a escadaria, os jardins e, em primeiro plano, as linhas de bonde, tudo do jeitinho que o “Cidadão Inconformado” falou.

Fonte: BH Nostalgia / Revista Encontro

Bons tempos!!!

Pena que o apelo comercial tenha sido mais forte e como lembra o nosso leitor “em determinada época as escadas e jardins deram lugar a um prédio comercial e hoje quem passa pela avenida só vê um amontoado de lojas no local”.

Ele tem razão. Vejam na foto abaixo que, a exemplo do que ocorreu com a Igreja São José, o tal “amontoado de lojas” é de fato uma grande aberração.

Foto: Ludymilla Sá / Estado de Minas

Bem disse Drummond, no poema Triste Horizonte, referindo-se a BH:

“Quero não saber da traição de seus santos. Eles a protegiam, agora protegem-se a si mesmos… “Nossa Senhora das Dores, amizade da gente na Floresta, (vi crescer sua igreja à sombra do Padre Artur) abre caderneta de poupança, lojas de acessórios para carros, papelaria, aviário, pães-de-queijo”.

A ideia do “Cidadão Inconformado” vocês já sabem, né?

Derrubar tudo e refazer a entrada original da igreja, “assim como era no princípio, agora e sempre”.

Amém!!!